quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ansiedade é coisa de adulto?

Por Solange Matassoli Gomes
Psicóloga do Equilíbrio Psi
CRP: 05/35480 - Fone: (21) 9693-0558




                                                                   
            Muitos adultos acreditam que a infância é uma época de total felicidade e falta de preocupação, porém por mais surpreendente que pareça, a ansiedade é o problema mais comum em crianças de todas as idades.

              A ansiedade infantil está crescendo tanto, que o número de crianças acometidas pelo problema aumentou 60% na última década, segundo dados estatísticos do Centro de Atendimento e Pesquisa de Psiquiatria e da Adolescência, da Santa Casa do Rio de Janeiro.

            A ansiedade é um sentimento natural tanto na infância como em qualquer outra etapa da vida, uma vez que em níveis adequados, ela é saudável e mobiliza o indivíduo nas suas atividades diárias.

            A maneira básica de diferenciar uma ansiedade normal da patológica é pela intensidade e duração da resposta ao estímulo, ou seja, as respostas normais são passageiras e sua intensidade varia de acordo com a gravidade da ameaça. Já na resposta patológica, a criança está permanentemente alterada ou então quando ocorre um estímulo realmente provocador de ansiedade, a resposta da criança é exagerada.

            A ansiedade patológica é considerada como um desconforto interno, uma sensação de inquietude que existe como consequência, como manifestação de conflitos que estão acontecendo na vida da criança.

             É importante que os pais estejam atentos para perceber as mudanças de comportamento do seu filho, para ajudá-lo a superar qualquer insegurança que possa se tornar motivo de preocupação extrema.

         A causa da ansiedade infantil ainda não está bem definida, porém as pesquisas já apontam alguns fatores que possivelmente contribuem de alguma forma para a manifestação de um quadro ansiogênico, tais como: a genética, o comportamento dos pais quanto à maneira de reagir ou lidar com seus filhos (pais superprotetores), pais ansiosos (podem servir como modelos de ansiedade para seus filhos) e agentes estressores (separação dos pais, violência familiar, morte de pessoas próximas, ameaças escolares, fraco desempenho escolar, doenças e incidentes específicos).

           Quando se sente ansiosa, a criança apresenta pensamentos que giram em torno de algum tipo de perigo ou ameaça e estes manifestam emoções sentidas no corpo, como por exemplo: náuseas, aceleração cardíaca, dores de cabeça, de barriga, de estômago, transpiração excessiva e finalmente apresenta mudanças em seu comportamento (choram, tornam-se agressivas, paralisam, etc...).

        O diagnóstico quase sempre é simples e o tratamento envolve acompanhamento psicológico, orientação familiar e somente em casos extremos, após a avaliação médica faz-se necessário o uso de medicação.