domingo, 26 de agosto de 2012

ONDE FOI QUE EU FALHEI?

Solange Matassoli Gomes
Psicóloga - CRP/RJ 05/35480 - Fone: 9693-0558
 
   Quando geramos um filho, acreditamos que este ser tão indefeso, precisará de proteção por toda a sua vida e juramos a ele que seremos os responsáveis por essa tão incrível e difícil missão. Sem nos darmos conta, é exatamente neste momento que estamos deflagrando, ou melhor, decretando nosso sofrimento psíquico. Vejamos porque.
   Esses pequenos seres crescem, porém quando ainda pequenos, os pais decidem «o que», «como» e «quando», ou seja, eles têm plenos poderes sobre seus filhos e por eles tomam as decisões que julgam mais acertadas. Pois bem, a relação de dependência encontra-se estabelecida, uma vez que os pais são os provedores das necessidades básicas de seus filhos e estes acomodam-se de forma prazerosa, através dos papéis bem definidos, ou seja: pais mandam e filhos obedecem.
   Ainda neste período, o da infância, os pais assumem papéis de «heróis» e «heroínas» superpoderosos e insubstituíveis, servem de modelo e assumem o posto de autoridade, pois eles são os responsáveis pela educação básica para o convívio social.
   Porém, esses filhos que aceitavam tudo passivamente, sem que percebamos, crescem e de repente começam a questionar o que pensamos e atémesmo como agimos. Aí pronto! Os conflitos começam a surgir e começamos a nos indagar: «Por que ele está agindo assim? Não foi isso que eu ensinei! O que está acontecendo? Será que eu errei?».
   Não! Não foi nada disso que aconteceu. Simplesmente os pais têm dificuldade para aceitar o crescimento dos filhos, até mesmo porque, admitir que o filho cresceu equivale a reconhecer que eles estão envelhecendo, que o tempo passou. É muito difícil para o pai que acreditava ser o «eterno namoradinho» de sua filha, vê-la envolvida com outro homem que não seja ele! E a mãe?  Como admitir que seu filho esteja «apaixonado» por outra mulher, que possivelmente ocupará o seu lugar.
 Enfim, ficou claro... nossos filhos são adolescentes!
   A fase da adolescência é como se fosse uma ponte entre a infância e a idade adulta. Neste momento, eles passam a poder fazer coisas que geralmente não podiam quando eram crianças,criam responsabilidades, entram em um processo de amadurecimento e começam a expressar mais suas opiniões e seus verdadeiros sentimentos e é por isso que os conflitos e os desentendimentos começam a ocorrer. Inicia-se a fase de dúvidas, questionamentos e transformações.
   Antes, eles apenas obedeciam, porém hoje, novas posturas surgem, muitas vezes diferentes, pois a geração é outra, o mundo e as pessoas mudam e cabe a nós, enquanto pais conscientes, enxergar a educação e os conflitos familiares como algo que requer sabedoria, dedicação e amor para lidar com tão complicada tarefa.
   Os relacionamentos saudáveis não acontecem de forma mágica. Eles se constroem, alicersados no respeito mútuo e no reconhecimento que as pessoas são únicas e diferentes. São essas singularidades que os tornam especiais.
    Muitos pais querem antecipar questões aos filhos para evitar ou adiar sofrimentos futuros, mas a melhor forma para se aprender algo é vivendo! E só a vida nos ensina a VIVER!
    Considero relevante neste tipo de relacionamento, a resolução conjunta. O papel dos pais consiste em apoiar, compreender e principalmente dialogar sempre com os filhos.

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