Solange Matassoli Gomes
Psicóloga - CRP/RJ 05/35480 - Fone:
9693-0558
Quando geramos um filho, acreditamos
que este ser tão indefeso, precisará de proteção por toda a sua vida e juramos
a ele que seremos os responsáveis por essa tão incrível e difícil missão. Sem
nos darmos conta, é exatamente neste momento que estamos deflagrando, ou
melhor, decretando nosso sofrimento psíquico. Vejamos porque.
Esses pequenos seres crescem, porém
quando ainda pequenos, os pais decidem «o que», «como» e «quando», ou seja,
eles têm plenos poderes sobre seus filhos e por eles tomam as decisões que
julgam mais acertadas. Pois bem, a relação de dependência encontra-se
estabelecida, uma vez que os pais são os provedores das necessidades básicas de
seus filhos e estes acomodam-se de forma prazerosa, através dos papéis bem
definidos, ou seja: pais mandam e filhos obedecem.
Ainda neste período, o da infância,
os pais assumem papéis de «heróis» e «heroínas» superpoderosos e
insubstituíveis, servem de modelo e assumem o posto de autoridade, pois eles
são os responsáveis pela educação básica para o convívio social.
Porém, esses filhos que aceitavam
tudo passivamente, sem que percebamos, crescem e de repente começam a
questionar o que pensamos e atémesmo como agimos. Aí pronto! Os conflitos
começam a surgir e começamos a nos indagar: «Por que ele está agindo assim? Não
foi isso que eu ensinei! O que está acontecendo? Será que eu errei?».
Não! Não foi nada disso que
aconteceu. Simplesmente os pais têm dificuldade para aceitar o crescimento dos
filhos, até mesmo porque, admitir que o filho cresceu equivale a reconhecer que
eles estão envelhecendo, que o tempo passou. É muito difícil para o pai que
acreditava ser o «eterno namoradinho» de sua filha, vê-la envolvida com outro
homem que não seja ele! E a mãe? Como admitir que seu filho esteja
«apaixonado» por outra mulher, que possivelmente ocupará o seu lugar.
Enfim, ficou claro... nossos filhos
são adolescentes!
A fase da adolescência é como se
fosse uma ponte entre a infância e a idade adulta. Neste momento, eles passam a
poder fazer coisas que geralmente não podiam quando eram crianças,criam
responsabilidades, entram em um processo de amadurecimento e começam a
expressar mais suas opiniões e seus verdadeiros sentimentos e é por isso que os
conflitos e os desentendimentos começam a ocorrer. Inicia-se a fase de dúvidas,
questionamentos e transformações.
Antes, eles apenas obedeciam, porém
hoje, novas posturas surgem, muitas vezes diferentes, pois a geração é outra, o
mundo e as pessoas mudam e cabe a nós, enquanto pais conscientes, enxergar a
educação e os conflitos familiares como algo que requer sabedoria, dedicação e
amor para lidar com tão complicada tarefa.
Os relacionamentos saudáveis não
acontecem de forma mágica. Eles se constroem, alicersados no respeito mútuo e
no reconhecimento que as pessoas são únicas e diferentes. São essas
singularidades que os tornam especiais.
Muitos pais querem antecipar questões
aos filhos para evitar ou adiar sofrimentos futuros, mas a melhor forma para se
aprender algo é vivendo! E só a vida nos ensina a VIVER!
Considero
relevante neste tipo de relacionamento, a resolução conjunta. O papel dos pais
consiste em apoiar, compreender e principalmente dialogar sempre com os filhos.
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