Kelly Cristina da S. Campos
Psicopedagoga - Fone: 8342-0924
Brincar
é algo natural e saudável, presente na infância não só de crianças, mas também,
de filhotes de outros mamíferos. Quem nunca viu um gatinho saltitante correndo
atrás de uma bolinha? Instintivamente os animais quando brincam, na verdade
estão aprendendo comportamentos que lhes serão necessários na vida adulta.
Quando o gatinho está “atacando” uma bolinha, ensaia os movimentos necessários
para sua sobrevivência, quando terá que caçar sua presa.
Com
nós, humanos, a brincadeira tem função parecida – nos fornecer oportunidades
adequadas para aprendermos uma série de conhecimentos que serão importantes
para a obtenção de nossa saúde física e mental. Por isso, juntamente com a
qualidade do sono, da alimentação e da higiene, a brincadeira é fator de
análise quando se quer verificar o bem-estar de uma criança.
Brincadeira
não é só entretenimento. Entre outras coisas, ela favorece o desenvolvimento da
inteligência, a aprendizagem de regras e valores, aprimora habilidades motoras,
aguça a imaginação e a criatividade, proporciona o autoconhecimento, alivia
tensões emocionais e favorece a socialização. O ato de brincar é tão importante
que quando não é garantido à criança tempo e espaço para que ela brinque, é
possível que seu desenvolvimento seja comprometido.
Mas,
porque será que brincar é tão importante? Quando a criança pequena tem
oportunidades de brincar com blocos ou peças de encaixe, mesmo sem perceber,
ela está aprendendo que é capaz de criar, de descobrir possibilidades, de
modificar situações. Tais aprendizagens serão importantes em toda a sua vida.
Quando, por exemplo, se deparar com situações desafiadoras na fase adulta,
poderá ter mais facilidade para, com criatividade, encontrar soluções
alternativas possíveis para superar problemas. Outro exemplo são as
brincadeiras que envolvem regras – os jogos. Entre outras coisas, os jogos de
tabuleiro (dominó, dama, xadrez etc.) possibilitam à criança compreender que o
mundo social é regido por normas e que a convivência se torna impossível se
cada pessoa fizer apenas o que quiser. Os jogos também ensinam que é importante
o esforço para superar desafios, mas compreendendo que perder também faz parte
da vida, cabendo a nós aprender algo positivo com as frustrações.
Apesar
de todos os benefícios, a brincadeira vem perdendo espaço para a televisão,
vídeos e jogos eletrônicos. Pesquisas apontam que as crianças brasileiras estão
entre as que mais assistem TV e usam a internet no mundo. Embora sejam
alternativas interessantes (quando filtramos o que é oferecido à criança), a TV
e o computador não substituem os estímulos de jogos e brincadeiras. Uma
explicação para o aumento do número de crianças dependentes de TV e computador
é que os pais estão cada vez tendo menos tempo para os filhos.
Na
correria do dia a dia, mais importante que a quantidade de tempo que os pais
estão com os filhos, é a qualidade da dedicação. Quinze minutos diários para
brincar com as crianças já podem ser significativos, pois quando pais e filhos
brincam juntos, os laços afetivos são fortalecidos, gerando confiança e
amizade. A tarefa, no entanto, é brincar com a criança e não pela criança.
Para
isso, não é necessário muito recurso. Crianças de até 1 ano se divertem
principalmente quando os pais fazem cócegas, caras engraçadas, vozes
diferentes, imitam animais, escondem o rosto com a fralda etc. De 1 a 5 anos,
as brincadeiras com massa de modelar e as adivinhações (o que é o que é...)
fazem muito sucesso. Já as crianças maiores adoram jogos como os que já foram
ditos no início do nosso texto. Vale até recorrer à brincadeiras de quando os
pais eram criança!
Então,
se brincar favorece o desenvolvimento, imaginem quando os pais participam das
brincadeiras proporcionando momentos de afetividade. Lembremos que a futura
relação entre pais e filhos está sendo alicerçada agora.
E você, já brincou com o
seu filho hoje?
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