terça-feira, 1 de maio de 2012

TIMIDEZ NA INFÂNCIA


Por: Solange Matassoli Gomes
Psicóloga - CRP/RJ 05/35480
Fone: 9693-0558 

É muito frequente, a presença de pais em consultórios, trazendo como queixa a dificuldade da criança interagir socialmente, o que implica no ato dela fazer e manter amizades e participar de atividades consideradas «comuns» no dia a dia como, participar de festas infantis, atividades escolares e etc.

Geralmente, após algumas avaliações, percebemos que estamos diante de um comportamento que chamamos de TIMIDEZ.

A timidez não é um problema, não é uma doença, é simplesmente um padrão de comportamento que deve ser modificado, uma vez que crianças excessivamente tímidas, correm o risco de mais tarde desenvolver transtornos psiquiátricos, como ansiedade e fobia social.

A criança tímida normalmente tem medo de errar e se exige ao máximo, temendo a reação das outras pessoas, por isso ela funciona com um sentido de autopreservação, pois receia ser avaliada negativamente pelas pessoas que a cercam. Vários estudos têm sido realizados, objetivando identificar a origem da timidez e muitos pesquisadores consideram que exista uma origem genética, todavia ela pode ser aumentada ou modificada através das interações que a criança estabeleça com o meio. Porém, não podemos descartar o fato de que muitos comportamentos podem ser adquiridos através da aprendizagem social, mediante observação de modelos, ou seja, caso os pais apresentem comportamentos extrovertidos, isso favorecerá à criança a interiorizar este tipo de comportamento.

Em minha prática clínica, o que observo com muita frequência é que geralmente o comportamento dos pais ou de pelo menos um dos genitores, apresenta relatos de timidez e de pouca sociabilidade, o que poderá potencializar o desenvolvimento de condutas tímidas nos filhos.

Existem muitas consequências negativas associadas à timidez, pois não podemos deixar de destacar o imenso sofrimento psíquico e até mesmo físico e orgânico envolvido nesse processo, uma vez que a criança não aprende a estabelecer vínculo afetivo; não consegue expressar seus sentimentos, sejam eles positivos ou não; geralmente adotam um comportamento de esquiva e daí são tidas como arrogantes, antipáticas, fazendo com que sejam ignoradas ou excluídas pelo grupo, fazendo com que sintam-se solitárias.

Enfim, a timidez implica em um elevado desgaste emocional para a criança e daí a necessidade de procurarmos estratégias para que possamos minimizar tal sofrimento. A procura de um profissional da área (psicólogo), ajudará a identificar a sintomatologia advinda de causas psicológicas e poderá colaborar através de intervenções terapêuticas com a criança e orientações familiares para uma ajuda mais efetiva que trará benefícios para a criança tímida, refletindo assim numa melhor qualidade de vida social e emocional.


Conhecendo um pouco sobre Timidez Infantil


Na pessoa tímida, hormônios como o cortizol e a adrenalina aumentam, quando expostos a situações de evidência e disparam sensações fisiológicas.

Caso você identifique pelo menos 4 sintomas abaixo em seu filho, ele está precisando de ajuda.

Se seu filho:

( ) rói unhas
( ) é retraído
( ) muito passivo
( ) tem as mãos sempre bastante suadas
( ) tem dificuldade em relacionar-se com colegas da mesma idade
( ) apresenta rubor facial
( ) tem tensão muscular
( ) apresenta aceleração do batimento cardíaco
( ) não consegue olhar nos olhos dos outros
( ) responde a perguntas de cabeça baixa e em tom de voz baixa


         Aí vão algumas dicas que podem minimizar e/ou aliviar o comportamento tímido de uma criança:

     - A família tem papel fundamental, porque a criança acredita que não é amada. Então a família tem que demonstrar carinho e atenção.

     - Elogie o sucesso e não valorize os fracassos.

     - Acompanhe a ida da criança em festinhas, passeio e brincadeiras. Diga quem estará, onde será e como vai ser. Isso a deixará mais segura.

     - Caso ela não queira dançar na festa da escola, tudo bem, mas não deixe de levá-la.

     - Deixe que ela aja de forma espontânea, sem que perceba que alguém a observa.

     - Não faça cobranças sobre seu comportamento, muito menos a compare com outras crianças.

     - Não faça críticas nem “piadinhas” desnecessárias.

     - A família deverá manter relações de amizades com outros pais, para fazerem programas juntos.

     - Favorecer atividades fora da escola e que sejam de interesse da criança: jogar bola, fazer aula de música, atividades manuais, artes plásticas, dentre outras, pois isso aumentará o seu ciclo de relacionamentos e são boas para descarregar a ansiedade.

     - E outras...

É claro que estas dicas não substituem o atendimento clínico necessário, pois constituem apenas algumas orientações para “apagar o incêndio” imediato.

Com a ajuda terapêutica e o apoio da família, a timidez irá diminuindo, a criança vai tornando-se mais autoconfiante, mais segura, acreditando mais em si mesmo e se tornará mais apta a estabelecer e manter relações sociais adequadas. 

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