Por: Solange Matassoli Gomes
Psicóloga - CRP/RJ 05/35480
Fone: 9693-0558
É muito frequente,
a presença de pais em consultórios, trazendo como queixa a dificuldade da
criança interagir socialmente, o que implica no ato dela fazer e manter
amizades e participar de atividades consideradas «comuns» no dia a dia como,
participar de festas infantis, atividades escolares e etc.
Geralmente, após
algumas avaliações, percebemos que estamos diante de um comportamento que
chamamos de TIMIDEZ.
A timidez não é um
problema, não é uma doença, é simplesmente um padrão de comportamento que deve
ser modificado, uma vez que crianças excessivamente tímidas, correm o risco de
mais tarde desenvolver transtornos psiquiátricos, como ansiedade e fobia
social.
A criança tímida
normalmente tem medo de errar e se exige ao máximo, temendo a reação das outras
pessoas, por isso ela funciona com um sentido de autopreservação, pois receia
ser avaliada negativamente pelas pessoas que a cercam. Vários estudos têm sido
realizados, objetivando identificar a origem da timidez e muitos pesquisadores
consideram que exista uma origem genética, todavia ela pode ser aumentada ou
modificada através das interações que a criança estabeleça com o meio. Porém,
não podemos descartar o fato de que muitos comportamentos podem ser adquiridos
através da aprendizagem social, mediante observação de modelos, ou seja, caso
os pais apresentem comportamentos extrovertidos, isso favorecerá à criança a
interiorizar este tipo de comportamento.
Em minha prática
clínica, o que observo com muita frequência é que geralmente o comportamento
dos pais ou de pelo menos um dos genitores, apresenta relatos de timidez e de
pouca sociabilidade, o que poderá potencializar o desenvolvimento de condutas
tímidas nos filhos.
Existem muitas
consequências negativas associadas à timidez, pois não podemos deixar de
destacar o imenso sofrimento psíquico e até mesmo físico e orgânico envolvido
nesse processo, uma vez que a criança não aprende a estabelecer vínculo
afetivo; não consegue expressar seus sentimentos, sejam eles positivos ou não;
geralmente adotam um comportamento de esquiva e daí são tidas como arrogantes,
antipáticas, fazendo com que sejam ignoradas ou excluídas pelo grupo, fazendo
com que sintam-se solitárias.
Enfim, a timidez
implica em um elevado desgaste emocional para a criança e daí a necessidade de
procurarmos estratégias para que possamos minimizar tal sofrimento. A procura
de um profissional da área (psicólogo), ajudará a identificar a sintomatologia
advinda de causas psicológicas e poderá colaborar através de intervenções
terapêuticas com a criança e orientações familiares para uma ajuda mais efetiva
que trará benefícios para a criança tímida, refletindo assim numa melhor qualidade
de vida social e emocional.
Conhecendo um pouco sobre Timidez Infantil
Na pessoa tímida,
hormônios como o cortizol e a adrenalina aumentam, quando expostos a situações
de evidência e disparam sensações fisiológicas.
Caso você
identifique pelo menos 4 sintomas abaixo em seu filho, ele está precisando de
ajuda.
Se seu filho:
( ) rói unhas
( ) é retraído
( ) muito passivo
( ) tem as mãos sempre bastante
suadas
( ) tem dificuldade em relacionar-se
com colegas da mesma idade
( ) apresenta rubor facial
( ) tem tensão muscular
( ) apresenta aceleração do batimento
cardíaco
( ) não consegue olhar nos olhos dos
outros
( ) responde a perguntas de cabeça
baixa e em tom de voz baixa
Aí vão algumas dicas que podem
minimizar e/ou aliviar o comportamento tímido de uma criança:
- A
família tem papel fundamental, porque a criança acredita que não é amada.
Então a família tem que demonstrar carinho e atenção.
- Elogie o sucesso e não valorize os fracassos.
- Acompanhe a ida da criança em festinhas,
passeio e brincadeiras. Diga quem estará, onde será e como vai ser. Isso a
deixará mais segura.
- Caso ela não queira dançar na festa da escola,
tudo bem, mas não deixe de levá-la.
- Deixe que ela aja de forma espontânea, sem que
perceba que alguém a observa.
- Não faça cobranças sobre seu comportamento,
muito menos a compare com outras crianças.
- Não faça críticas nem “piadinhas”
desnecessárias.
- A família deverá manter relações de amizades
com outros pais, para fazerem programas juntos.
- Favorecer atividades fora da escola e que
sejam de interesse da criança: jogar bola, fazer aula de música,
atividades manuais, artes plásticas, dentre outras, pois isso aumentará o
seu ciclo de relacionamentos e são boas para descarregar a ansiedade.
- E outras...
É claro que estas
dicas não substituem o atendimento clínico necessário, pois constituem apenas
algumas orientações para “apagar o incêndio” imediato.
Com a ajuda
terapêutica e o apoio da família, a timidez irá diminuindo, a criança vai
tornando-se mais autoconfiante, mais segura, acreditando mais em si mesmo e se
tornará mais apta a estabelecer e manter relações sociais adequadas.
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